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Filmes para re(Ver): perfeitos desconhecidos

  • Luciano Bastos, DP
  • Apr 3, 2018
  • 2 min read

cartaz de filme

Qual é o seu segredo? Onde se situa a camada secundária de sua vida, aquela que você guarda para si ou só compartilha com um pequeno grupo ? Aquela coisa tão viva na camada submersa que se vier à tona causará danos terríveis na persona que se expõe? Um jantar entre 3 casais amigos ( seriam 4, mas um dos convidados vai sozinho) num charmoso apartamento em Roma vira a vida de todos os seus sete participantes. Ao comentar sobre a extrema dependência das pessoas a seus smart fones, Eva, a anfitriã (vivido pela belíssima Kasia Smotiniak ) propõe uma espécie de jogo da verdade, cuja dinâmica é colocar os diabólicos telefoninhos sobre a mesa do jantar para que todos possam compartilhar mensagens e ligações em viva voz. O desafio aceito com certo constrangimento foi aos poucos criando situações embaraçosas. A não aceitação do desafio impróprio seria uma confissão de culpa, pois afinal quem não deve não teme. À medida que as ligações e mensagens vão surgindo as tensões aumentam e as máscaras vão caindo. O filme, magistralmente dirigido por Paolo Genovese, com estética teatral, é rodado inteiramente dentro de um apartamento com uma bela cozinha integrada ao amplo e elegante ambiente de estar, e longe de ser claustrofóbico, é revelador de um universo recheado de personagens com valores dúbios, identidades desconhecidas e surpreendentes. Ficam claras percepções como a fragilidade de certas amizades, a solidão, a hipocrisia e o individualismo. Eva não aceita que a filha de 17 anos tenha um relacionamento amoroso, talvez como uma forma e se afirmar moralmente através dela. Um certo vazio pequeno burguês para uma mulher que trabalha como psicóloga. O filme constrói o seu relato de forma deliciosamente envolvente, sobrando espaço para um humor inteligente, ao mesmo tempo que essas questões do universo paralelo dos personagens é colocado com uma pegada que propicia uma reflexão das fantasias sexuais que até hoje, século XXI, depois de tantas aberturas, ainda encanta, ao mesmo tempo que atormenta o ser

humano.

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