No tempo das diligências
- Sérgio Bandeira de Mello, Gico
- Apr 1, 2018
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As investigações sobre os tiros nos ônibus da caravana clandestina, conduzida à margem da campanha eleitoral ainda proibida, prosseguem, porém ainda não vi nenhuma menção às deduções e consequências ao fato de os tiros terem partido de ambos os lados dos veículos.
Os expertos e espertos ficam apenas no redondinho do furo, talvez pela certeza de que o tiro há de ter saído pela culatra, qualquer que seja a conclusão do caso que, por acaso, precede o julgamento do habeas corpus preventivo cautelar contra a imediata aplicação da lei, coisa para a ralé.
Tudo bem que Lula atualmente é ficha suja e, como tal, poderia passear à vontade na companhia de quantos fiéis se dispusessem à procissão rodoviária, mas a condição de irregistrável só se tornou irreversível após o julgamento dos embargos pelo TFR-4. Todavia, essa é outra conversa, a ser travada no TSE contra o partido organizador da romaria itinerante, que ainda quer buscar mais adiante o tal efeito suspensivo.
Entretanto, já li, vi e ouvi que a presidenta ambulante do PT, antes de qualquer pronunciamento oficial por parte das autoridades competentes, já sacou a sua perícia técnica da bolsa viagem, regiamente paga pelos contribuintes compulsórios. Mostrando-se abalada pelas balas, passou por cima das diligências ao considerar o episódio mais que um atentado, mas uma emboscada, daquelas que outras diligências, vítimas de ataques dos filmes de caubói, sofriam dos bandoleiros mascarados no desfiladeiro.
Como não faltam bandoleiros e/ou mascarados nesse filme que eu já cansei de ver, enquanto explodem versões nas redes, eu, de minha parte, apenas ando encafifado com um detalhe, ainda não explorado pela mídia profissional ou companheira. Isso porque, na matéria publicada no Globo sobre o assunto, há a seguinte declaração de uma autoridade: “Sabemos que foram, pelo menos, duas pessoas envolvidas na ação, porque um dos ônibus tem disparos dos dois lados.”
Em tempos de balas achadas e perdidas, que perigo para esses dois aloprados! Vai que o projétil atravessa a lataria e atinge o outro, em fogo tão estúpido quanto amigo. É confiar muito em um veículo não blindado. Ou blindado seria o fato em si pelos veículos de comunicação?
Fato é que os tiros acertaram os ovos do ex-presidente, que não mais precisou ficar no palanque protegido pelos Guarda-chuvas do Amor ao guia ou ver seu povo Cantando na Chuva de ovos: Lula, ladrão, roubou meu coração – que lindo! Mas esses são outros filmes.
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