top of page

Musicais: o gênero continua vivo

  • Luciano Bastos, DP
  • Jan 23, 2018
  • 2 min read

Os filmes musicais já foram a marca registrada do cinema americano. Por anos a fio, sobretudo nas décadas de 40 e 50 eram os musicais que consistiam a maior parte da produção de Holywood. Gene Kelly, Fred Astaire, Cyd Charisse, Rita Hayworth, Frank Sinatra, Doris Day, Bing Crosby, Judy Garland, Donald O’Connor e muitos outros eram as figuras mais conhecidas e festejadas na constelação cinematográfica. Aliás, musical e western são gêneros genuinamente americanos, embora existam alguns títulos desses gêneros produzidos na Itália, na França e alhures. Embora o western tenha sido absolutamente consagrador para cineastas da magnitude de John Ford, Howard Hawks, Anthony Mann e Sam Peckinpah, o Oscar nunca lhe fez justiça. Só 3 vezes o gênero conquistou a calva estatueta como melhor filme (CIMARROM, nos anos 30, DANÇA COM LOBOS, do Kevin Costner, e OS IMPERDOÁVEIS, obra máxima de Clint Eastwood).

Já os musicais conquistaram dez vezes o prêmio. O primeiro foi o fraco BROADWAY MELODY, seguido de ZIEGFELD, O CRIADOR DE ESTRELAS, ambos ainda com forte influência dos teatros e do show business da Broadway. Em seguida foi a vez do simpático O BOM PASTOR, consagrando de vez Bing Crosby. Vincente Minelli, um especialista no gênero, emplacou duas vezes: SINFONIA DE PARIS e GIGI. Poderia ter emplacado também com AGORA SEREMOS FELIZES. Numa fase mais moderna vieram AMOR SUBLIME AMOR, conhecido pelo título original (West Side Story) de Robert Wise, MY FAIR LADY de George Cukor, A NOVIÇA REBELDE, também de Wise, OLIVER de Carol Reed e CHICAGO de Rob Marshall. Sem falar que no ano passado LA LA LAND quase levou. Até Woody Allen já brincou no gênero com o delicioso TODOS DIZEM QUE EU TE AMO, que traz no final uma bela homenagem à Sinfonia de Paris, com Goldie Hawn flutuando no ar num cais do rio Sena. Alguns filmes memoráveis ficaram para sempre na história. PICOLINO (Top Hat) nos trouxe um momento sublime na voz de Astaire cantando “I’m in heaven”. CANTANDO NA CHUVA é considerado por grande parte dos apreciadores do gênero como o mais divertido musical de todos os tempos. Muita gente acha que conhece o filme por ter visto dezenas de vezes a sequencia de Kelly cantando e dançando no meio das poças, mostrada sempre em documentários, mas não sabe o que está perdendo de não ver o filme inteiro. HIGH SOCIETY, A ESCOLHA PERFEITA, O FANTASMA DA ÓPERA, ALL THAT JAZZ, o belíssimo MOULIN ROUGE, de Baz Lurhman, são alguns dos filmes que permanecem na memória de um cinema escancaradamente escapista, que fazem a gente sair cantarolando por aí. Hoje o cinema faz poucos musicais. Um por ano, quando muito. Mas quando resolvem produzir algum é quase sempre garantia de sucesso. Em cartaz no Rio, o ótimo O REI DO SHOW trazendo Hugh Jackman outra vez à vontade no gênero (a outra vez foi na versão musical de “Os miseráveis” fazendo o papel de Jean Valjean). Ingresso na mão, pipoca na outra e partiu para a diversão garantida.

bottom of page