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Os templários de Benfica

  • Sérgio Bandeira de Mello, Gico.
  • Dec 19, 2017
  • 2 min read

Pouco a pouco, graças à concentração da Corte estadual no Palácio de Benfica, Cabral tem recobrado a sua vontade de viver. O ânimo redobrado pode ser resumidamente creditado à perspectiva de conseguir voltar a se apropriar do dinheiro alheio, porém sem as consequências desagradáveis que impedem que suas férias de verão sejam desfrutadas em Mangaratiba-sur-Mer. Ou à margem de medidas que inviabilizam as suas consagradoras viagens em comitiva pelas margens do Sena, berço de sua sagrada távola redonda, hoje em nova cruzada.

Entretanto, graças a Deus, o sumo sacerdote em formação teológica à distância volta a manter a rédea curta para o controle total da máquina religiosa em construção, a ponto de transformar o seu martírio em treinamento acelerado full time e in door. A oportunidade de negócio caiu do céu sem custos marginais de instalação dos marginais convocados a ecoarem a palavra da salvação da lavoura.

Em análogo fenômeno do que ocorreu há pouco mais de dois séculos, quando a corte portuguesa, perseguida por Napoleão, que então dominava praticamente todo continente europeu, foi obrigada a deixara a terrinha, Cabral, pressionado por facções inimigas que reinam sobre 90% dos pavilhões de Bangu, apontou a sua esquadra para o leste. Em fuga espetacular pela Avenida Brasil, o estrategista deixou os “alemão” a ver navios, não sem antes fazer aparelhar o confortável Castelo de Benfica, futuro Palácio Episcopal, de onde hoje faz, acontece e governa.

Com a família amante do real deslocada para os cômodos remodelados, secretários, assessores e amarra-cachorros aprenderão a ser obreiros, diáconos e pastores. Modernos e polivalentes, os inovadores sacerdotes da Igreja Estadual do Reino de Lula aceitarão bitcoins por seus ativos celulares a título de dízimo, mediante pequeno deságio.

Isolado fisicamente do rebanho, Bispo Cabral tem conseguido grande audiência em todas as redes de tevê, até na concorrente Record.

Com repercussão na mídia impressa corporativista, o coleguinha Cabral, como bom anfitrião, tem oferecido as instalações do palácio de Benfica aos novos hóspedes que arregimenta para a causa religiosa. Os cavaleiros da ordem dos guardanapos de linho egípcio, os templários de Benfica, não param de chegar para engrossar as fileiras da nova igreja.

Te cuida, Macedo. Te cuida, Lula!

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