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Aula de sapateado

  • Jason Prado - DP
  • Dec 10, 2017
  • 2 min read

Carlos Marun Ministro de Estado do Governo Temer

O Deputado Carlos Marun (PMDB-MS), futuro titular da Secretaria de Governo com status de Ministro de Estado, é um desses sapos que os brasileiros vão engolindo contra a vontade, tenham ou não se sentado à mesa, gostem ou não da iguaria.

Trata-se de um longo teste de elasticidade moral que requer um exercício diário de paciência. Talvez ele e os seus pares devessem minimamente nos poupar das ironias e dos sorrisos de deboche com que falam às câmaras.

Embora sua formação seja em engenharia, tem se notabilizado pelas defesas do indefensável: foi o principal escudeiro de Eduardo Cunha durante o processo de cassação, tendo, inclusive, visitado o ex-deputado na cadeia com verba do Gabinete. E desde agosto de 2016 vem atuando como um dos líderes de sustentação do Governo Temer.

Recentemente se notabilizou pela dancinha comemorativa no Plenário da Câmara, quando, em companhia de outros 250 deputados, longe de inocentar ou explicar o comportamento abjeto do Presidente da República diante da denúncia de crime, resolveram jogar uma cortina de fumaça sobre os olhos incrédulos da população, com as justificativas mais estapafúrdias possíveis.

Ele deve ter seus méritos. Afinal, foi o segundo mais votado em seu estado, com 91.816 votos, depois de uma longa carreira como gestor de Planos e Cooperativas Habitacionais. Não temos qualquer motivo para duvidar dos resultados das nossas urnas inexpugnáveis, nem dos mecanismos exemplares de nossa democracia.

Antes do Deputado Marun, a Deputada Angela Guadagnin (PT-SP) celebrizou-se como protagonista da “Dança da Pizza” no mesmo Plenário. Comemorou acintosamente a absolvição do deputado João Magno das acusações de participação no Mensalão.

A população não esqueceu sua “dancinha”: na eleição seguinte, não conseguiu se eleger vereadora pela cidade de São José dos Campos, onde havia sido prefeita. Teve pouco mais de 2 mil votos.

O mais novo Ministro de Estado ainda tem muitos dias de glória pela frente. 386, para ser exato.

Recomenda-se, apenas, que ele e seus companheiros de governo mudem o tom enquanto sapateiam sobre a nossa dignidade. Afinal, nunca se sabe quando o limite será atingido. Nem sempre é pelo máximo. Recentemente, quase entornou o caldo por causa de vinte centavos.

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