O Pixulequinho viu
- Sérgio Bandeira de Mello, Gico
- Nov 1, 2017
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Nas asas do supremo Gilmar, santo protetor da comunidade carcerária VIP, padroeiro de Benfica, Cabral disse ao povo que fica. Bem fica para usufruir do cineclube Serviette, guardanapo na língua dos irmãos Lumière, em franca alusão à cidade luz, berço do cinematógrafo.
Isso porque as margens do Sena foram testemunhas dos exageros do enfant térrible do PMDB na belle époque da Delta, Odebrecht e outras saudosas empreiteiras instaladas avec PT pela Rive Gauche.
Com gordas sobras de campanha, o ex-governador encomendara um magnífico home theatre de 65 polegadas, dotado de som surround que acompanha toda a extensão da cerca eletrificada. O mimo é próprio para quem tem preguiça de ler e, mesmo assim, quer ter a pena reduzida por meio de uma resenha fraudada e/ou resumida.
Em convênio com a pastoral dos direitos humanos e o Segundo Caderno, apêndice de O Globo comandado por Paula Lavigne, será instituído o programa de ressocialização socialite denominado bonequinho presidiário, ou “O Pixulequinho viu”, que só não pode abandonar o local.
Afinal, Lula, o filho do Brasil, ainda pode optar pela cadeia-modelo, dividido entre a tela plana, a plateia redonda e o sol quadrado.
Nesse caso, a editoria de esportes será convidada a integrar o programa, Bem Amigos no lugar de Os Bons Companheiros, de Martin Scorsese.
Com guardanapos nas cabeças coroadas, os presentes à estreia do Serviette poderão curtir a obra-prima de Elia Kazan, Sindicato dos Ladrões.
A seguir, serão exibidos os clássicos Operação França, Casablanca – eles sempre terão Paris, e o sempre didático Golpe de Mestre.
Já Temer, coitado, enrolado com a próstata, entre medidas paliativas e provisórias, continuará com a série Micção Impossível.