Verdades golpistas
- Sérgio Bandeira de Mello, Gico
- Oct 26, 2017
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No dia em que no mínimo 342 deputados deverão se reunir em plenário para decidir se a mesóclise poderá seguir na condução dos grandes temas nacionais, com o pronome sem carisma enfiado entre o verbo e a verborragia das terminações supremas, à revelia da linguagem popular, sempre átono diante das denúncias, caber-nos-iam algumas reflexões.
Por que os senhores congressistas da Casa do Povo, aboletados em 513 confortáveis cadeiras, não tomam para si mesmos os destinos do país?
Se plebiscitos pretéritos já rechaçaram o parlamentarismo, a população consultada ainda não tinha passado pelas aberrações econômico-administrativas de uma Dilma, poste dos postes; ou sofrido as vicissitudes decorrentes das negociações de seu vice Temer, que às vezes refaz e outras tantas Refis, sempre de olho gordo nos placares das denúncias vãs, que vão e vêm.
Ora, ora, junto aos colegas parlamentares da Casa Revisora, podiam rever seus conceitos e economizar um poder em franco desuso, o apequenado executivo, espremido entre a cruz legislativa e a caldeirinha judiciária.
Sob a batuta de Paula Lavigne, minha candidata a premiê, os congressistas haveriam de reduzir bastante os problemas nacionais.
E por que ela?
Procure saber - como ela nos mandou no caso da censura às biografias não autorizadas, mas já lhes dou duas robustas justificativas.
A primeira é cristalina, salta aos olhos ao emergir do oceano de perdulárias despesas públicas, Atlântico que nos afoga em impostos. A partir de seu cinematográfico e concorrido apartamento em Ipanema, até Brasília ficaria mais simples, mais uma ilha vulcânica entre as Cagarras.
Já a segunda prima pela complexidade inerente à nula relevância tropical encaminhada ao judiciário, portanto primeiro passo a caminho do supremo, polêmica baseada no ódio que toma as redes sociais. E que exige a vigilância do sempre atento Segundo Caderno do Globo, evidentemente.
Aos 13 anos, a minha preferida ao hipotético cargo máximo do país seduziu Caetano. Isso bem antes que o professor Mangabeira Unger e o estadista Ciro Gomes o fizessem, e não apenas pelo prisma político. Ao hipnotizar o neoquarentão, e conduzir os caracóis daqueles cabelos até então indomáveis para debaixo de suas saias, pelo avesso do avesso, consumou-se o mais impactante caso de pedofilia invertida de que se tem notícia, hoje censurada por quem a divulgou.
Ao contrário do que vomitam as redes sociais, no meu entender, Caetano foi a criança indefesa, a vítima em plena idade do lobo, e essa é a verdade tropical revisitada, reeditada, não por acaso de volta às manchetes do Globo, com chamada de primeira página.
Enquanto os homens exerciam os seus podres poderes na sala, Paula apelava para o de sedução no quarto ou debaixo da escada. Há controvérsias históricas em relação ao palco da cereja do bolo servido nos 40 anos do crédulo adolescente, detalhes revelados à revista Playboy pela loba sub-14 quando maiorzinha.
Em bom Português, houve ali um encontro consonantal – consoante, consensual -, talvez a matéria que a jovem estivesse envolvida na escola de primeiro grau, entre dígrafos de outras palavras escolhidas pela professora tolinha. Lambetelho frúturo, por exemplo.
Portanto, na vida pública, publicada ou censurada há mais de 35 anos, Paula é minha candidata ao cargo de primeira ministra. Primeiríssima mulher, sem problemas de língua como os enfrentados pela presidenta de primeira e infausta viagem.
Ou Caetano quererá introduzir outra palavra, neologismo pós-francófilo, inventar um premiá a partir do consagrado premiê?
Fato é que, bem à vontade entre os artistas e celebridades em geral, empresária competente que é, ela não teria dificuldades em domar a bancada BBB, Boi, Bala e Bíblia, responsável por boa parte dos 342 que a líder da oposição em Ipanema procura arregimentar para as causas nobres via #hashtags, por sinal, duas vezes o símbolo numérico do ardil fraudulento.
Em outras palavras, na letra morta de Temer, língua da Constuituição, alea jacta est. Ou não.