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Profecias, previsões e outras vidências

  • Jason Prado - DP
  • Sep 25, 2017
  • 2 min read

Nibiru não poderia ter dado certo, pelo menos para os brasileiros.

Palavras que começam com N, por aqui, só ganham força a poder de fuzil, como Nem, Nini… O resto, necas de pitibiriba, parente distante desse misterioso planeta inventado na Suméria, quando a terra ainda era quadrada.

Mas não precisa ser pitonisa grega pra ver que o “esquenta” dessa versão global do UFC entre o super-pesado Donald e o nada-a-perder Kim está alimentando uma nova corrida armamentista e abastecendo os cofrinhos do Sr. Tony Stark.

Stark Industries, como todos sabem, garante o fluxo de riquezas que irrigam o delta do Federal Reserve, que por sua vez emite os vistos de entrada e saída para um certo Sr. Benjamin Franklin, cuja movimentação enche de preocupações e alegrias aqueles que com ele convivem.

Enquanto os desafiantes se posicionam dos dois lados do ringue, como moleques de escola - cada um medindo seu membro com promessas de cuspir no terreno do outro - espectadores da primeira fila se preparam contra os respingos, comprando protetores e barreiras. Quem sabe, por que não, já que a temporada é de compras, não estão comprando e vendendo também outras bugingangas, de duvidosa utilidade em tempos de paz.

Nessa luta, dificilmente teremos “segundos fora”. É uma luta sem vencedores e vai sobrar pra todo mundo.

Enquanto o juiz explica as regras, a platéia - e até a tribuna de honra - também faz seus “esquentas”: as esquerdas se perdem, os fundamentalistas se fortalecem e a direita põe a cara de fora, ameaçando invadir o ringue.

Longe, muito longe do octógono e das câmaras dessa luta espetacular, coisas de menor importância, mas igualmente previsíveis, também estão acontecendo.

Não precisa ser Babalaô nem Orixá pra saber que tanto o conflito da rocinha quanto as infundadas denúncias contra o senhor presidente já se resolveram, provavelmente tendo custado àquele cavalheiro, o Sr. Franklin, várias incursões furtivas e camufladas, dentro de malas, provavelmente, como gosta de fazer quando vem por essas terras.

Parece que já não gosta de andar em cuecas.

Tivemos umas prisões e apreensões aqui, teremos umas rusgas e arranhões por lá, mas nada que tire os planetas da órbita ou chegue próximo do fim do mundo.

Também não precisa ser vidente para saber que tanto a Acadêmicos do Rio quanto o Grêmio Recreativo Escola de Samba da União não terão forças para chegar ao próximo carnaval com seus respectivos presidentes e conselheiros, todos destroçados pelos excessos da farra e já com vários cartões amarelos. Chegarão ao final da partida aos frangalhos.

Tentam truques de prestidigitação para evitar o gonzo e chegar ao último round e não perder por knockout.

Para os cariocas, então, que se acostumaram a tirar coelhos de poços de petróleo, o poço secou. As esperanças de dias melhores são como o Nibiru: grandes, mas falsas.

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