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A Bienal das crianças

  • Francisco V. dos Santos | Aluno - AgênciaUVA
  • Sep 10, 2017
  • 3 min read

O projeto Visitação Escolar traz alunos de escolas públicas à XVIII Bienal do Livro


Antes mesmo da abertura dos portões as filas já se formam na entrada. São caravanas de alunos vindas de diversos municípios do Estado para a XVIII Bienal do Livro, no Riocentro. Através do projeto Visitação Escolar a Bienal Rio 2017 disponibilizou 145.000 ingressos gratuitos para alunos de escolas públicas. Os alunos dos colégios particulares pagam meia entrada. Para ter direito à gratuidade as escolas fizeram uma inscrição no site da Bienal. De acordo com os organizadores, o projeto social tem o objetivo de aproximar os estudantes do universo dos livros, colaborando para a criação do hábito da leitura e conscientizando os jovens para a importância da formação intelectual. É destinado exclusivamente aos alunos de 7 a 14 anos e seus

acompanhantes, durante 5 dias, especialmente programados para os alunos participarem das atividades de forma mais confortável e organizada. Os dias reservados ao projeto foram: 01, 04, 05, 06 e 08 de setembro, no horário de 9h às 17h.

Nesses dias, a criançada das escolas faz o Riocentro vibrar. Às 10h os três pavilhões já estão lotados de alunos, do Ensino Fundamental até a Universidade. Eles buscam o contato com os livros, os autores de literatura infanto-juvenil e, principalmente, as atividades recreativas como o teatrinho Entreletras e o Espaço Geek & Quadrinhos. A Escola Estadual Covanca, municipalizada pela prefeitura de Magé, trouxe 35 alunos do 4º ao 9º ano. A diretora e professora de História Simea Pio informa que teve total apoio do poder público e os alunos não tiveram nenhuma despesa. “O interesse dos alunos é tão grande que a escola trata o evento da Bienal como um prêmio para os alunos que tiveram melhor aproveitamento escolar no primeiro semestre”, declara Simea.

Mas nem todos tiveram a mesma sorte. A prefeitura do Rio, alegando dificuldades financeiras, havia cortado a participação dos alunos da rede municipal. Após a repercussão negativa junto à população, voltou atrás e, conforme divulgado nos jornais O Globo e JB, informou que alunos de 33 escolas iriam participar na sexta-feira (08-09), último dia do projeto. Mas, a exemplo de Magé, muitas escolas de outros municípios foram à Bienal. A professora Monique Muniz veio de São Gonçalo com alunos da Escola Municipal Oscarina da Costa Teixeira. Para ela, a Bienal é um bom programa de incentivo à leitura porque os alunos têm contato com uma diversidade de títulos e gêneros literários, diferente dos livros didáticos a que estão acostumados na escola. Os alunos já

participaram de diversas atividades e estão muito animados pelo dia fora da escola.

Mas não só as escolas do projeto Visitação Escolar participam da festa. Muitos colégios particulares aproveitam o desconto e enchem os pavilhões com seus alunos.

O Colégio Fernando Costa, de Seropédica, trouxe 80 alunos do 6º e 8º anos e cada aluno investiu 70 reais para vir à Bienal. O professor de Geografia Eduardo Azevedo acompanhou as turmas e ficou impressionado com o interesse dos estudantes na aquisição de livros. “Cada aluno gastou, em média, duzentos reais para levar o máximo de títulos para casa".

Além do interesse pelos livros, a garotada vem à Bienal atraída pelos produtos das novas tecnologias digitais: e-books, games e por novas atividades que fazem uso da internet como canais literários, clubes de leitura e resenhas online. Esse mundo literário virtual está abrindo caminhos para a formação de novos leitores. Tanto é verdade que, nas entrevistas com os profissionais das escolas, praticamente todos deram a mesma resposta à pergunta: o mundo conectado ajuda ou atrapalha o interesse das crianças pela leitura? ”Ajuda, desde que a internet seja uma ferramenta para incentivar o hábito de ler”.


Fotografias, a partir do alto:

Interior da Bienal - Foto de Marcello Zambrana / Light Press

Crianças brincando na Bienal Rio 2017 - Foto de Francisco V. Santos - AgênciaUVA

Alunos da Escola Estadual Covanca, de Magé-RJ - Foto de Francisco V. Santos - AgênciaUVA

Professora Monique Muniz, de Magé-RJ - Foto de Francisco V. Santos - AgênciaUVA

Vista do pátio interno da Bienal - Foto de Francisco V. Santos - AgênciaUVA

Alunos do Colégio Fernando Costa, de Seropédica-RJ - Foto de Francisco V. Santos - AgênciaUVA

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