Cosplayers movimentam a Bienal do Livro 2017
- Gabriel Lopes | aluno - AgênciaUVA
- Sep 7, 2017
- 3 min read

Não só os livros chamam a atenção dos frequentadores da Bienal do Livro Rio 2017. Neste ano, os cosplayers – pessoas que se caracterizam como personagens da ficção - também têm um lugar de destaque na feira. No espaço Geek & Quadrinhos, localizado no pavilhão verde, os amantes da arte podem assistir à palestras sobre o assunto, apresentações, jogar vídeo games e participar de brincadeiras que prometem levar os leitores a outros mundos. Durante o evento, é normal ver alguns dos personagens favoritos de muitos andando pelos corredores da feira literária. Affonso Solano, 35 anos, escritor e um dos fundadores do podcast “Matando Robôs Gigantes”, vê com bons olhos este novo movimento que se inicia na Bienal do Livro Rio. “É uma observação muito esperta da Bienal, sobre todos os outros eventos que rolam do mundo geek aqui no Brasil. Esta nova geração consome isso e quer encontrar cada vez mais estes espaços nos eventos que frequentam’. E o evento apostou em atrair esse público dedicado a personificar de heróis a vilões. Ruan Santos, 24 anos, cosplayer, vê que o chamariz para o público foi o primordial para ver personagens de diversos mundos e histórias diferentes durante a feira. “Ver estes personagens inspira outras pessoas a virem a Bienal. Acredito que se a Bienal se inspirar nesses outros eventos dedicados a cosplayer, o público que gosta se engajaria ainda mais’.
Espaço para os cosplayers aborda discussões relevantes
E este assunto tem tomado espaço na Bienal. No lugar reservado para estas discussões batizado de Geek & Quadrinhos já aconteceram diversas palestras para pôr em pauta os novos rumos dos cosplayers. No último domingo, 3, Affonso Solano mediou a palestra “Supercosplay”, com a presença dos maiores cosplayers do Brasil, dentre eles, Thaís Abreu e Ricardo Coutinho. Vestidos a caráter, a palestra contou com a experiência dos veteranos na arte da personificação de personagens dos quadrinhos. Os cosplayers também dividiram seus processos de criação para montar uma fantasia, desde escolha do personagem, material a ser utilizado para um melhor desempenho, tempo de duração para a criação, dentre outros pontos. Além disso, as meninas que compuseram a mesa de discussões também abordaram a diferença entre o respeito e exagero de pessoas que confundem o real com o fantasioso. Thaís Abreu, cosplayer de Anti Gwenom, personagem do universo do Homem Aranha, dividiu algumas de suas experiências neste assunto. “As super heroínas nos quadrinhos já são criadas de forma que sejam bem sexy. Então, quando personificamos estas personagens fielmente, homens costumam achar que isto dá algum tipo de liberdade para tentar algo. Isso é uma situação muito chata”.

Para algumas meninas que veem roupas mais hipersexualizadas para as heroínas ainda é questionável. Beatriz Bastos, 24 anos, cosplayer de Tina Goldstein, do universo de Harry Potter, vê que esta sexualização toda nas roupas das heroínas é desnecessária. “Se você parar para pensar aquelas roupas ali não dá para lutar. Como que vai lutar de corset? Ou salto? Acredito que podem até usar malha. As malhas, mesmo que desenhe pouco, dariam mais flexibilidade na hora do combate”. Além dos cosplayers, a Bienal do Livro 2017 vai até o dia 10 de setembro, com estandes de diversas editoras e programações para todos os públicos. Espaços como Café Literário e Arena #SemFiltro também reúnem palestras de autores e encontro de fãs durante todo o evento. O evento tem horário de funcionamento durante a semana de 9h às 22h e domingos e feriado de 10h às 22h. O ingresso custa 12 reais a meia-entrada e 24 reais a inteira.
Imagens: palestrantes no espaço Geek & Quadrinhos e os Cosplayers Beatriz e Ruan como personagens do universo de Harry Potter - fotos de Gabriel Lopes - AgênciaUVA