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Um cidadão ilustre

  • Luciano Bastos, DP
  • May 16, 2017
  • 2 min read

Nem só de Darin vive o cinema argentino

Uma experiência cinematográfica extraordinária é o que se pode dizer de “ Um cidadão ilustre”, filme escrito e dirigido pela dupla argentina Gaston Duprat e Mariano Cohn, em cartaz no Rio.

A história de um escritor laureado com o Nobel que foge da badalação e acredita que prêmios dessa natureza determinam que o artista encontrou uma zona de conforto incompatível com a criatividade e a rebeldia necessárias é construída no filme com a leveza que beira a genialidade.

“Querida, vou comprar cigarros e já volto” e principalmente “O homem ao lado” já evidenciava a veia autoral desta dupla que, tal qual os irmãos Cohen, fazem um trabalho a quatro mãos desde o roteiro até a direção. Apesar de recheado de humor, a obra traz uma interessante reflexão sobre a massificação da cultura, a construção de ídolos e sobre o tédio desconcertante de certos lugares absolutamente esquecidos do mundo.

O ator Oscar Martinez que ficou conhecido por aqui com “Ninho vazio” e sobretudo com “Relatos Selvagens” faz o papel principal de forma irretocável, o que nos faz ter a certeza que o cinema dos hermanos encontrou uma linguagem própria, voltada para dentro de suas questões e ao mesmo tempo universal. Filmes argentinos como “O clã”, “Medianeras”, “O segredo dos seus olhos”, “Elefante branco”, “Um conto chinês”, “Abutres”, entre outros nos faz acreditar que Ricardo Darin é frequente sim, mas há lugar, roteiro e bom cinema para outros atores excelentes como ele.

Tomara que diferente da rivalidade no futebol, possamos trabalhar em conjunto com o cinema dos nossos vizinhos, trocando coisas boas daqui e de lá, aumentando a musculatura e a repercussão do cinema sul americano.

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