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A Hora da Buzina em Bangu 11

  • Sérgio Bandeira de Mello, Gico.
  • Mar 31, 2017
  • 2 min read

O estádio chama-se Proletário, como a ditadura do bem, cultura tão disseminada no Leblon como a do sistema que se protege por meio de poder e grades. O hino ao passado revela um decadente remorso artístico da elite, personalista, traço grevista de quem exalta o comércio fechado, embora remonte a Domingos, da guia de inspiração dos jovens. Exibe o vermelho sangue em nome do branco da paz, um e outro de pé, causa e consequência, unidas verticalmente por toda a volta do tecido social. Bangu.

A aparência é de desespero na portaria do complexo. De inferioridade imposta, de gente revoltada com um parente que entra fora do horário de visita sem esconder o celular nas partes íntimas. Dois pesos, duas medidas. Segunda medida, segundo recurso.

É no Leblon dividido entre Fla e Flu que se desenvolve o embate que toma a rua por causa de revanche contra o eclético time da Moça Bonita que saiu da retranca para o contra-ataque. A bela bisca que veio de Bangu é de parar o trânsito, de fechar o comércio por falta de consumidores ou por ordem do tráfico local.

Até a vizinhança concorda que é hora da buzina, programa que só acaba quando termina a raiva nossa de cada dia, chacrinha ao pé dos Dois Irmãos invadidos pela desfaçatez judicial da casa da mãe Joana, construída sob medida para rimar com Adriana. Therezinha! Uhu! Therezinha! Uhu. Finalmente, ela respondeu ao chamado.

Zona na flor da zona sul, zoeira pra ser ouvida em Laranjeiras, no Centro, no Galeão e em Brasília, nós queremos bacalhau do Antiquarius na quentinha. Roda, roda, roda e avisa que um minuto de comercial no horário gratuito custou 21 milhões em 2014.

Roda, roda, roda e avisa que o velho guerreiro do povo brasileiro está com tudo e não tá prosa. O levado da breca levou o país à breca e está à espera do que pode sair da roleta russa que é jogada no atual Cassino Bangu, se dá 8 ou 9, Cabral ou Eike.

Enquanto a justiça insistir no elegante presídio à beira mar, talvez em homenagem ao ilustre Fernandinho, a turma reunida embaixo da cela VIP parece cantar o hino composto por Lamartine Babo em homenagem ao esquadrão de Moça Bonita: a torcida reunida até parece a do Fla-Flu, Bangu, Bangu, Bangu!

Nota do autor: aos mais jovens e àquele(as) que jamais acompanharam futebol, recomenda-se a leitura do hino banguense. Para tanto, segue, abaixo, o link.

https://www.letras.mus.br/hinos-de-futebol/464900/


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