top of page

Aterro

  • José Paulo Pessoa
  • Mar 23, 2017
  • 2 min read

Depois de vários anos indo e voltando para o trabalho de Metro, mudei de endereço e de transporte, e passei a ir de ônibus, porta a porta. Avenida Copacabana, Rio Sul, Aterro. Ida e volta, Aterro, Rio Sul, Barata Ribeiro. O que é o Aterro? Tem mais bonito? A enseada de Botafogo com aquela quantidade de barcos, veleiros, lanchas e botes, a Urca (o que é a Urca!?) ao fundo, o morro da Viúva, a praia do Flamengo, o Monumento aos Pracinhas, o MAM. Indo para o Centro, se olharmos à direita, a Guanabara (há quem veja uma boca desdentada, oh, inveja!) com o Pão de Açúcar, à esquerda o boulevard que é a Praia do Flamengo, uma das ruas mais bonitas da cidade, com prédios belíssimos, as árvores dividindo as pistas de automóveis e a linda mureta que já foi junto ao mar e com a construção do Aterro se distanciou da água. O Aterro foi concluído nos anos 60. Lacerda, o “Corvo”, um dos grandes responsáveis pelo suicídio do Getúlio, era o governador, Lota Macedo Soares concebeu, Burle Marx projetou. O MAM é projeto do Reidy. Os jardins, as passarelas, as árvores, os campos de esporte, a pista para caminhar, o Aterro é completo. Quanta inspiração! Minha primeira mulher tinha uma casa em Petrópolis que foi parte da Fazenda Samambaia, era a casa dos bichos, um mini zoo, da D. Lota, projetada por Carlos Leão, um espetáculo. Mas toda essa conversa é para chegar ao Monumento aos Pracinhas, o ponto alto do Aterro, e da cidade, para mim. As praias, ora, as praias... Do Leme ao Pontal, não tem nada igual. O Corcovado, ora, o Corcovado, uma das sete maravilhas modernas. O Pão de Açúcar, ora, o Pão de Açúcar, nada a dizer. Mas o Monumento aos Pracinhas, com aquela muleta gigantesca, os soldados das três armas, aquela escultura em homenagem à aeronáutica e que parece uma tela do Dacosta, aquela explanada imensa... Do outro lado da pista do Aterro vemos a Praça Paris, talvez a mais bonita da cidade, inspirado nos jardins parisienses, o outeiro da Gloria com a igreja ao alto, majestosa, o bairro de Santa Teresa e seu casario, os “fundos” do Centro, com o prédio da Mesbla e o Passeio Público, outro jardim deslumbrante, desenhado e com esculturas do Mestre Valentim. Uma província de tantas belezas, cantadas em prosa e verso mundo afora, que aquele sítio tão especial passa despercebido. Um monumento a mais, um momento a mais para o carioca se orgulhar de sua província. Atente!


Recent Posts

See All
bottom of page