La La Land
- Luciano Bastos, DP
- Jan 18, 2017
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Você saia flutuando dos musicais assinados por Gene Kelly, Stanley Donen e Vincente Minelli na época de ouro do gênero nos anos 50 e 60. O gênero foi perdendo a força, talvez por ser ingênuo demais, escapista demais, fazendo surgir eventualmente um “Chicago”, um “Moulin Rouge” e até mesmo uma versão cantada de “ Os miseráveis “. Qualquer iniciativa de reeditar o gênero é bem vinda, assim como também acontece com o western, um tipo de linguagem que acabou nos anos 60 e que às vezes alguém resolve arriscar.
La La Land é o novo queridinho de Hollywood. Ganhou vários Globos de Ouro, vai levar certamente diversos prêmios no Oscar e pode-se afirmar que é possível assisti-lo com prazer. No entanto, acredito que haja um pouco de exagero em superestimá-lo tanto. Bons momentos, sim eles existem. Dois protagonistas em estado de graça, sim sem dúvida, sobretudo Emma Stone. Uma canção graciosa, também é verdade. Alguma referência nostálgica a antigos musicais, também é fato. Então, qual é a conclusão, afinal? Pode-se dizer que se trata de um filme gostoso de se ver, bonitinho, com uma historinha bem açucarada, que vai deixar em você um esboço de sorriso, mas que será esquecido em pouco tempo. Concretamente não há nada de novo. Sair voando na dança é muito simpático, mas Woody Allen já tinha utilizado em “Todos dizem eu te amo.” Em 1996 numa belíssima sequência à beira do rio Sena.
O diretor Damien Chezelle faz uma serie de alegorias para dar um ar bem acabadinho no longa e, a bem da verdade, consegue um resultado bastante razoável, mas muito distante do que conseguiu com “ Whiplash”, seu filme mais importante. Na verdade, o grande mérito do filme é a dupla Stone e Gosling que carregam o filme nas costas. E para saborear algo que não existe mais, o filme acaba com a palavra FIM.