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Caos nas prefeituras

  • Célio Junger Vidaurre
  • Jan 5, 2017
  • 3 min read

Nos 26 Estados Federados existem quase 5.600 municípios, além do Distrito Federal. E apesar da promulgação da Constituição de 1988 ter vindo para proteger totalmente nossos municípios, na verdade, com a chamada corrupção sistêmica operada por todos os cantos do Brasil, as Prefeituras, na sua maioria, encontram-se, em caso de “calamidade financeira”, principalmente, as do Estado do Rio de Janeiro. A esperança está na decisão do Juiz Sergio Moro de, custe o que custar, botar todos os ladrões do dinheiro público atrás das grades.

O que se vê no noticiário sobre a situação das Prefeituras da Baixada Fluminense é o que se pode chamar de uma verdadeira calamidade pública, pois, com o prefeito de Mesquita desaparecido desde que perdeu o último pleito municipal, ninguém mais recebeu seu salário naquela Prefeitura. Com as Prefeituras de Nova Iguaçu, Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo e Magé sem pagar aos funcionários também nos meses de novembro, dezembro e o 13º, vê-se que, a falta de gestores competentes e, às vezes, a corrupção impregnada na cabeça desses medíocres “executivos de araque”, deixaram a situação chegar a esse desastre sem precedentes.

Alguns municípios fluminenses atribuem a situação à queda verificada no petróleo ou, então, a roubalheira na Petrobras. Itaboraí, por exemplo, que seria o grande eldorado brasileiro com as obras do COMPERJ, acabou numa grande frustração e na quebradeira geral de quem tentou trabalhar de uma forma ou de outra. O sonho acabou para todos os que lá investiram ou que para lá foram em busca de novas oportunidades. Ficou tudo sem qualquer perspectiva. Até as Prefeituras detentoras de grande parte dos frutos do petróleo, como Campos, Macaé e Rio das Ostras, entre outras, estão em situações adversas.

Quem conheceu e passa por esses municípios depois dessa crise financeira, percebe que é necessário que as cidades do petróleo tenham gestores mais competentes para dirigi-las. Com esses atuais, não dá! Agora, vergonha administrativa mesmo é o que acontece aqui ao lado de Niterói, em São Gonçalo, de mais de um milhão de habitantes. Quem frequenta a cidade há algum tempo tem a sensação de que a Operação Lava Jato precisa, urgentemente, apurar o que, pelo menos, os últimos seis Prefeitos fizeram contra aquele povo da cidade. O horror que as ruas mostram não é apenas desgraça pública, flagelo, aquilo é caso de polícia. O que fizeram os seus últimos prefeitos? Nada, nada, absolutamente nada.

Verdadeiramente há, em todos os cantos do País, comportamentos irresponsáveis idênticos. Os novos Prefeitos estão assumindo com os mesmos lemas “é proibido gastar”. Os resultados só o tempo nos dirá. O que os Prefeitos precisam saber é que tanto os vereadores quanto os deputados estaduais, na sua maioria, estão evitando de aparecer em lugares públicos. A irritação da população com a classe política pode levá-los a situações desagradáveis. O que já ocorreu em várias oportunidades.

O interessante é que há municípios brasileiros que têm população maior do que vários países do mundo, como é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro. Tem município que é detentor de áreas quase duas vezes maior do que a de Portugal, como é Altamira, no Pará, que é considerado o maior município do mundo. O Estado que detém o maior número de municípios é Minas Gerais, com 853, enquanto o Estado de Roraima, na região norte, tem apenas 15 municípios, que somados tem uma população igual a de Niterói, RJ, de 500 mil habitantes.

Prefeito sem passado... conta história!

Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político


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