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Elis

  • Luciano Bastos, DP
  • Nov 29, 2016
  • 2 min read

O filme ELIS em cartaz nos cinemas é um programa imperdível. O canto de Elis fez parte da trilha sonora da vida daqueles que têm hoje algo em torno de 60 anos e também para os mais jovens que a conheceram pelas inúmeras gravações e álbuns feitos ao longo da carreira. Sua voz solta e precisa, a maneira genial de dividir a música, o repertório, a presença de palco, seu sorriso escancarado, tudo em Elis foi extraordinário e magnético. Elis foi a maior cantora brasileira. Pequena, graciosa e barraqueira. Tinha pavio curto, mas era uma boa pessoa. Cantou tudo, samba, bolero, fossa, protesto, ora sacudindo os braços nas melodias mais vibrantes, ora transmitindo pura emoção nas entregas mais tristes. Viveu, como a maioria dos personagens da cena musical da época, o estilo boêmio de noites que iam madrugada adentro com a ajuda de muito álcool, muito cigarro e, eventualmente , drogas.

O filme dirigido pelo estreante Hugo Prata passa com total segurança a atmosfera inquietante de uma época musicalmente bastante exuberante. Embora passe pelo registro da ditadura militar e da censura que atingia profundamente a criação artística , o filme não cai na tentação de ser um documento histórico. É o mundo particular, a carreira, os amores , a arte e as contradições de Elis que o filme prefere retratar. Que brilhe a estrela !

O mais emocionante do filme é, sem dúvida, a interpretação dessa jovem atriz chamada Andréia Horta. Ela consegue ser Elis de corpo e alma. Andreia incorpora em absoluto estado de graça todos os trejeitos, toda a expressão corporal, e consegue fazer a gente acreditar que está vendo a genial pimentinha, falecida precocemente em 1982. O momento mais mágico do filme é a cena em que a atriz (dubla) “Atrás da porta”, deixando a plateia em absoluto êxtase numa explosão de sentimentos e lágrimas. Aplausos.


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