Interestelar supertele
- Sérgio Bandeira de Mello - Gico
- Jun 23, 2016
- 3 min read

Até as primeiras criancinhas que estrelaram os encerramentos dos comerciais da Oi, decerto já crescidinhas, devem estar carecas de saber que a mencionada operadora de telefonia abusou das ligações perigosas com os governos petistas. O resultado é que foi tudo pro espaço.
Pra começar, quando o mar estava pra peixe, a Telemar jogou para a estratosfera o mercado de conteúdo para games, ao oferecer milhões e milhões ao filho do peixe mais graúdo, na realidade um molusco que operava diretamente, sem telefonistas, de PT para PT, esta também a sigla de Portugal Telecom.
Pois parece que tem origem nas conversas de seus dirigentes com os canais de comunicação devidamente aparelhados a clássica gravação que costuma acompanhar a nossa irritação com a aludida companhia na prestação de qualquer serviço telefônico: “esta ligação é muito importante para nós. Em alguns instantes esta ligação será transferida a um de nossos atendentes.” Pois parece que, para a nossa segurança, a ligação foi gravada. E teve seu sigilo quebrado.
Isso porque acabou de ser preso, na operação denominada Custo Brasil, o ministro das comunicações da época da fusão das teles, ocorrida no governo da custosa presidenta. Graças à sua competência na condução das redes que trataram com a telefonia digital, Paulo Bernardo foi chamado às falas.
Por coincidência, tal abnegado servidor era o chefe da pasta do planejamento por ocasião das primeiras conversas entre as estrelas do governo Lula e os satélites que orbitavam Dirceu no Planalto.
O crédito pela disseminação da tecnologia do grampo digital deve ser atribuído ao polivalente esposo da incansável senadora Gleisi Golpe Narizinho. Ambos foram indiciados pela Lava-jato, mas como ela tem outro foro, ficou de fora. Marido e mulher compuseram, com o devido merecimento, o Casal 20 da política brasileira, dupla ora desvalorizada em 50%, próxima a virar pó.
Contudo, que seja aqui consignado que o motivo da prisão efetuada hoje consiste em golpe. Ao contrário da imprensa golpista, o insuspeito Brasil 247 e toda mídia progressista nada publicaram sobre as supostas irregularidades oriundas de um contrato do Ministério do Planejamento com a Consist para crédito consignado. Isso porque, nas condições normais de temperatura e pressão, os privilégios inerentes às habilidades ministeriais da sumidade encarcerada não teriam sumido.
Pasmem que na garupa do Custo Brasil também está o ex-ministro de Previdência – Gabas de quê? -, simplesmente o guerreiro que levava o maior dos custos do Brasil para passear de moto. Por tal façanha, o imprevidente mereceria substituir Nicholas Cage na próxima aventura de O Motoqueiro Fantasma, intitulada Quarentena. Cumpre destacar que o virtual substituto de Cage – gaiola na língua de Hollywood – responderá por contratação irregular de serviços de informática, e não pelo exercício ilegal da função de vassoura, pois só voava metaforicamente.
A pergunta que não quer calar é: se já temos disponível o combo que permite aliar serviços de telefonia móvel, fixa, internet banda larga em um plano-família ilimitado, por que não incorporar ao processo as ligações com a empresa responsável pelo maior pedido de recuperação judicial da história? Tecle 1 se você concorda com “pergunte ao Teori”. Tecle 2 se prefere “manda pro Moro” Tecle 3 se acha que primeiramente, fora Temer, e que as acusações de influência do PT nos negócios da Oi não passam de ilações daqueles que não aceitaram a manifestação das urnas.
Com R$ 65 bilhões no brejo, à mercê dos abutres, sobrarão mais encargos aos mantenedores e pensionistas dos onipresentes fundos de pensão do BB e da Petrobras.
Será que teremos “game over” para a Gamecorp e estrelas de primeira grandeza do partido? Ou seremos engolidos pelo buraco negro da depressão econômica, onde só sobrarão advogados?
Oi! (lindas crianças de ambos os sexos, que contam cerca de 30 anos, especialistas em delação premiada, vestidas de tailleurs e de ternos bem cortados e celulares de última geração nas mãos)
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